Ivo Mahel conta seu segredos no Programa Atracções

Mahel, abriu o seu diário em entrevista ao programa Atracções, no novo quadro do suporte da TV Miramar comandado pela Nilza Manjaque.
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Nilza Manjaque: Sabe-se que perdeu o seu pai, infelizmente com dois (2) anos de idade e nós queremos saber um pouco sobre a sua infância. Como é que foi? Quem te criou? Quem cuidou de ti?
Ivo Mahel: ” Eu tive uma infância quase que perdida, uma infância quase inexistente. Poucas vezes a brincar e muitas vezes a estudar e a trabalhar. Eu sou filho de um português e duma moçambicana e quando se diz filho do pai, é aquele que vai dar continuidade a sua linhagem. E neste caso eu estou a dar continuidade ao meu pai.
Nilza Manjaque: Sabe-se também que o teu pai era cantor, tinha esta veia ligada à música. Será que de alguma forma foi um incentivo para o Mahel ligar-se a música?
Ivo Mahel: ” Sim, os meus tios em Portugal, a minha família toda, na sua maioria eram cantores, o meu pai também e é por isso que eu tenho está ligação muito grande com Portugal. Em Abril, vou para Portugal. Fiz uma música que servirá de patrimônio português, cuja letra aborda todas as regiões de Portugal.
Nilza Manjaque: Mahel sempre vendeu os seus CD’s pessoalmente e porta à porta. Como é que surgiu está iniciativa e qual foi o resultado?
Ivo Mahel: ” Quando uma pessoa, ela decide mudar uma parte da história que identifica a cultura, acordar e tomar decisões, e querer também fazer parte do jogo. Quando eu fiz isso (uma decisão difícil), foi por necessidade, para buscar perceber como funciona, quanto é que se gasta e quanto é que se ganha.
Hoje, estou a caminho do décimo segundo ano de vendas e infelizmente estou muito cansado, já não consigo vender com a força e energia que tinha antes.
Mas digo-te agora Nilza, que eu não tenho nem um CD, nem pra mim, tudo esgota. Eu acho que sou o vendedor mais rápido, eficiente e competente.”
Nilza Manjaque: Um dos artistas mais frontais que nós temos é o Mahel. E numa dessas vezes o Mahel, deixou bem claro que ele não participa em muitos espetáculos porque não tolera a falta de respeito de alguns promotores, ou por outro lado, ele acha que os valores que são disponibilizados para pagar pelo seu trabalho, não compensam aquilo que ele realmente é e faz. Eu gostava que falasse um pouco sobre este assunto e também que fizesse uma avaliação do cenário ontem e hoje. Será que mudou alguma coisa, depois de abrir o seu coração?
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Ivo Mahel: “Maturidade é quando a gente chega à uma determinada idade. Aquilo que a gente achava que tinha valor, passa a ter valor maior. Quando alguém defende um princípio, essa pessoa não pode aceitar cobardia dentro destes princípios, os quais defende. Quando eu defendi que não deveria aparecer em espetáculos, onde era mal pago e matratado, se eu pertenço à uma veia de uma bandeira com as cores que têm, eu não posso admitir subir ao palco para representar a cultura e estar a ser vaiado não pelo povo, não pelos fãs, mas estar a ser vaiado pelos organizadores destes espetáculos.
Eu acho que os promotores já deviam dar a mesma primazia, o tratamento, como dão aos estrangeiros, dar aos moçambicanos. Mas como ninguém aparece a assumir a minha convicção, são os meus princípios, eu continuei na mesma, é por isso que até hoje eu não aceito. Nem se quer faz mais sentido participar e agora piorou.”
Nilza Manjaque: Os promotores de eventos tem chamado o Mahel para participar em espetáculos e o Mahel chega a recusar?
Ivo Mahel: “Sim e muitas das vezes quando são promotores que promovem espetáculos muito grandes. Nesses espetáculos grandes é onde é notável que os artistas estão vulneráveis a serem destratados, ou seja, a não ser tratados com igualidade.
Portanto, eu preferi afastar-me e nesta fase já nem faz sentido, já nem gosto, já nem quero ser contratado por alguns promotores.
Nilza Manjaque: Interessa ou não frisar aqui alguns espectáculos em que o Mahel recusou-se mesmo a participar e disse abertamente “eu não vou participar, eu não quero participar porque eu acho que este valor não é justo.”
Ivo Mahel: “Eu não gostaria de frisar, as pessoas já sabem quem são. O que eu gostaria de dizer é que foi bom o quanto durou  e dizer que eu sou fã de mim mesmo, eu gosto muito de mim, de tal forma que eu nunca pensei que fosse amadurecer até ao ponto em que estou de conseguir dizer na tua cara, “caro irmão”, tu que és promotor de grandes espetáculos. Não estou a falar de promotores privados, daqueles que organizam um casamento, aquele que dá uma festa pra família, aquele que tem uma discoteca pequenina na província, esse está livre de me ligar a vontade. “Olha Mahel, eu preciso do teu trabalho.”
Estou a falar de promotores de grande porte, eu vou dizer na “tua cara”, eu tenho tanto amor próprio, foi bom o quanto durou no passado, eu não quero que você me contrate
Fonte: Olamoz